A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Prefeitura fechou 15 centros de referência

Especialistas apontam falhas no atendimento


RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Nos meses anteriores aos furtos promovidos por crianças na Vila Mariana, Paraíso e Itaim Bibi, a Prefeitura de São Paulo fechou centros especializados em receber jovens recém-chegados das ruas.


Especialistas dizem que essa é uma das causas "aliadas a problemas crônicos de inclusão social" para o aumento de delitos cometidos por crianças em grupo, algo incomum nessa faixa etária.


Em toda a capital, há 2.000 jovens nas ruas, 449 com menos de 12 anos, segundo levantamento de 2010, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.


Até novembro de 2010, quando começaram a ser fechados, havia 15 Centros de Referência da Criança e do Adolescente (Crecas) e 117 abrigos em São Paulo.


Os primeiros, mais conhecidos como "casas de passagem", serviam para abrigar as crianças temporariamente -de uma semana a seis meses - até que fossem reinseridas na família ou levadas a um abrigo permanente, onde ficam por até dois anos.


A prefeitura foi instada pela Justiça a fazer readequações nos Crecas, separando as crianças mais novas dos adolescentes. Em vez disso, preferiu extingui-los e criar o mesmo número de abrigos.


"Esse é o pano de fundo para a ampliação dessas situações de furto", afirma Ariel de Castro Alves, vice-presidente da comissão de criança da OAB.


Uma conselheira tutelar que prefere não se identificar diz que o fechamento dos Crecas dificultou a adaptação das crianças. "No abrigo tem que estudar, seguir horários e regras. Nem todos em situação de rua aceitam."


"Hoje tem criança chegando algemada em abrigo e isso gera uma violência interna péssima para os que já estão lá", reclama o vereador Floriano Pesaro (PSDB), que criou os Crecas quando foi secretário de Assistência Social, na primeira gestão de Gilberto Kassab.


O serviço, da forma como estava, também sofria críticas. "Nos últimos tempos era mais uma 'faxina' das ruas", diz José Geraldo Pinto, 47, que era coordenador pedagógico do Creca no Ipiranga, fechado em junho. "Mas agora ficou um vácuo."


OUTRO LADO


A Secretaria Municipal da Assistência Social nega que o fechamento dos Crecas tenha causado prejuízo ao atendimento das crianças de rua, porque o número de vagas foi mantido. "A secretaria mantém equipes permanentes de orientadores sociais realizando serviços de abordagem em todas as regiões da cidade."


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