Plantio e uso de maconha liberados, quer líder do PT

Paulo Teixeira defende plantações legalizadas e formação de cooperativas de usuários da droga; FHC foi o primeiro político famoso do País a defender descriminalização 

                                                   Deputado Federal Paulo Teixeira

                                                Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso            

A polêmica sobre a descriminalização da maconha – ou a legalização do uso da droga em diferentes casos – ganhou mais um elemento. Ninguém menos que o líder do partido do governo na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira, está na internet defendendo não apenas a liberação, mas, inclusive, o plantio legalizado e a formação de cooperativas de usuários. “Na Espanha, deu certo”, diz ele, que manifestou suas posições num seminário realizado em fevereiro, sob organização dos grupos Matilha Cultural e Desentorpecendo a Razão. Chamado Cannabis Medicinal, o encontro foi gravado e, somente agora, as imagens foram lançadas por uma fonte desconhecida no Youtube (assista vídeo abaixo).


O deputado sustenta que “é preciso regulamentar o plantio e discutir a legalização do produto”. “Talvez o maior crime seja comer um McDonald´s”, comparou Teixeira. Ele foi enfático em defender o direito individual de fumar a erva. “Não existe crime de autolesão”, lembrou. “Portanto, se eu quero, eu posso usar. Eu tenho direito como usuário”. Com o plantio da maconha regularizado e monitorado, os usuários teriam de formar cooperativas para poder comprar e usar a droga. Essa posição é diferente de outras que defendem o uso da maconha apenas para fins medicinais. Nesse caso, a droga seria legal também para a sua utilização por lazer. Até agora, nenhum político havia defendido publicamente essa posição. A presidente Dilma Rousseff, ao assumir, se comprometeu com um combate “sem trégua” às drogas. Acredita-se que ela não vai aceitar a posição do líder petista.


O primeiro político famoso a defender a descriminalização da maconha foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em fevereiro de 2009, na 3ª Reunião da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, no Rio de Janeiro, FHC assumiu publicamente a bandeira. “Precisamos quebrar os tabus que bloqueiam o debate”, afirmou. “A repressão propicia a extorsão dos consumidores e a corrupção policial”.