A droga se faz amiga, mas ela quer sua vida

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Falar que país vive epidemia de crack é grande bobagem

Falar que país vive epidemia de crack é grande bobagem
Governo subestima o problema do crack, afirma especialista


“Achar que a SENAD busca a solução para o crack é uma grande bobagem”, diz Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP


Há alguns meses, durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma Roussef ressaltou que o combate ao crack seria uma das prioridades do seu governo. Tratou o problema como uma “questão desafiante” do seu ainda eventual mandato.


Para a surpresa de muitos especialistas, esta semana a secretária nacional de políticas sobre drogas, Paulina Duarte, afirmou em entrevista que “o governo nunca reconheceu o crack como epidemia. Isso é uma grande bobagem”. Ela afirma que um estudo realizado por seu órgão limita o problema a “pequenas cenas de uso [cracolândias] (...) com cerca de dez pessoas”.


Folha de São Paulo - ENTREVISTA- PAULINA DUARTE da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas


terça-feira, 17 de maio de 2011


SECRETÁRIA DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS COMENTA MAPEAMENTO DO CONSUMO
NO BRASIL E CRITICA O QUE CHAMA DE "PEDAGOGIA DO TERROR"


O Brasil lançará em algumas semanas o primeiro mapa nacional de drogas, um enfoque inédito sobre o consumo de crack no país.


No comando da Secreta ria Nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, 54, diz que, apesar de preocupante, "não há uma epidemia" da droga atualmente. A sondagem nacional sobre drogas identificou cracolândias itinerantes, que reaparecem em outras áreas logo depois de serem desmobilizadas pela polícia.


A pesquisa, feita por Senad, Fiocruz e a Universidade de Princeton (EUA), traz amostra inédita de 25 mil usuários. A radiografia indicará, também, o tamanho da invasão do óxi no Brasil.


Folha - O que diz o mapa?


Paulina Duarte - Teremos mapeadas todas as cracolândias do Brasil. O que se tem no imaginário popular é que o Brasil está tomado pelo crack. Nesse mapa, vimos que não há um "exército de zumbis" consumindo num só lugar, mas pequenas "cenas" de uso. Vimos pequenas cracolândias móveis, que migram em busca de melhores condições de sobrevivência.


Folha-Cracolândias itinerantes?


Paulina Duarte -Com cerca de dez pessoas. Combatem-se essas "cenas" com atendimento na rua, não com abordagem higienista, de recolher usuários.


Há também o óxi. Diz-se que causa dependência no primeiro uso.


Não há nenhum relato disso. É mentira, não há embasamento científico. Eu vi, um vez, uma propaganda que trazia três letras C em um outdoor: "crack, cadeia e caixão". Não serve para prevenir nem alertar. É o que chamo de pedagogia do terror.


O tema tem de ser tratado com dados científicos, sem paixão, sem fundamentalismo. Também não podemos banalizar o consumo dizendo que não tem problema fumar maconha, beber cerveja.


Folha-Como o óxi chegou ao Brasil?


Paulina Duarte -Pelas fronteiras. Passou a haver tráfico maior de pasta-base, forma rudimentar da cocaína e do crack, fruto de um controle maior sobre o tráfico de cocaína refinada. É produzido a partir de subst âncias como querosene, gasolina, cal virgem e até solução de bateria.


Estamos encontrando na pesquisa uma rede estruturada do óxi, mas não organizada no sentido de grande tráfico e crime organizado. É o camarada que dá um galão de gasolina e o outro que produz na cozinha dele. É artesanal, não há laboratórios.


folha-O óxi caminha para uma epidemia, como o crack?


Paulina Duarte -O governo nunca reconheceu o crack como epidemia. Isso é uma grande bobagem.


Folha-Nossas fronteiras são vulneráveis?


Paulina Duarte -O Brasil não produz cocaína, nenhuma folha de coca. Toda matéria-prima vem de fora. Fazemos fronteira com países que produzem droga. Isso nos coloca em situação de maior vulnerabilidade. O governo está investindo no patrulhamento.


Folha-Todas as drogas oferecem algum nível de risco?


Paulina Duarte -Nem toda pessoa que usa droga se torna dependente. Também não há consumo de drogas sem um potencial de risco, por menor que seja.


FONTE:UNIAD.COM


OBS: "TEM PESSOAS QUE PENSA QUE BIQUEIRA É NASCENTE D'ÁGUA"


Conhece alguém que quer sair das drogas:
 http://blogdohugopaiva.blogspot.com/p/casas-e-clinicas-de-recuperacao-publica.html

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